Ao contrário de uma remuneração tradicional, que valoriza cargos e salário em comparativo com o mercado, a remuneração estratégica está baseada em profissionais competentes e na entrega de resultados. É estratégica porque basicamente quem produz mais recebe mais, enquanto que as pessoas menos produtivas têm rendimentos financeiros menores.
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Prática da área comercial
Mais comum nas áreas comerciais, a prática ainda é menos usual no setor de indústria e serviços, mas modelos inovadores de gestão têm optado por adotar esse caminho, uma vez que pode ser aplicado a qualquer área. Quem explica é o consultor empresarial e professor universitário Paulo Santos, que por muitos anos trabalhou como executivo em empresas e atualmente ministra cursos e palestras.
– As empresas já deveriam nascer com esse conceito. Ou por ser mal orientado ou por medo do desconhecido, o empresário acaba implantando o modelo tradicional. Mas isso traz uma série de questões problemáticas – explica.
Segundo Santos, sempre que adota o modelo tradicional, a empresa remunera por meio de verbas salariais fixas. Depois de um aumento, não há como baixar o valor pago, pois a lei é clara: não se pode reduzir salário.
Novas formas de seleção
Adotar a remuneração variada, de acordo com o consultor, faz a empresa mudar a definição de talento e a forma como seleciona seu quadro de pessoal. O segredo é ter a pessoa certa no lugar certo, e traçar metas factíveis para que o profissional corra atrás do resultado:
– Normalmente as pessoas contratam pela técnica e demitem pelo comportamento. Esse modelo requer mudanças na forma de contratar. É um modelo para profissionais, pois garante a performance. Se a empresa não garantir o que prometeu, o funcionário mesmo vai querer sair.
Expectativa invertida
Alguns fatores, como um ambiente sadio e a oferta de possibilidades de crescimento salarial, contribuem para a entrega. Alguns profissionais, porém, buscam nas empresas o reconhecimento antes de a entrega acontecer, e com isso, frustram-se. É o que acontece com aqueles que almejam trabalhar na sala de lazer da Google, mas não querem virar madrugada trabalhando, por exemplo.
Modelo top-down
Para as empresas que querem adotar esse modelo, o consultor dá duas dicas principais: uma é não se intimidar com os tempos de instabilidade econômica, pois nesse período as pessoas ficam mais suscetíveis a correr riscos. A outra é começar de cima para baixo.
– Uma boa época para fazer essa migração é na crise, pois o profissional vai entender bem essa situação. As pessoas ficam mais flexíveis em tempos de crise. Se eu pudesse dar uma dica, seria encarar a adoção de remuneração variada como processo a ser constantemente melhorado. É um processo top-down, que deve começar pelo diretor, não pode vir da base. Ele tem que olhar o modelo da empresa e traçar uma meta para todos os funcionários.
Metas graduais
O início pode ser mais agressivo, com metas para toda e empresa, ou por setores, de acordo com a cultura da organização. Para as áreas mais comerciais, a indicação é começar com metas maiores. Para outros setores, pode-se colocar metas mais sutis. Saiba, no entanto, que o pioneirismo tem ônus e bônus: ao adotar essa política, a empresa tende a atrair um perfil mais arrojado. Esteja aberto para lidar com esse tipo de profissional.